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Como Budapeste se tornou um centro de restaurantes finos

Enquanto Budapeste é conhecida por sua arquitetura deslumbrante, fontes termais e herança comunista, a cidade vem ganhando destaque nos últimos anos por sua cena gastronômica

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Enquanto Budapeste é conhecida por sua arquitetura deslumbrante, fontes termais e herança comunista, a cidade vem ganhando destaque nos últimos anos por sua cena gastronômica.

A capital húngara vem constantemente abrindo novos e empolgantes estabelecimentos que são liderados por chefs talentosos, dedicados em trazer criatividade e prestígio para a experiência culinária de Budapeste.

Nos últimos 12 meses, dois restaurantes da cidade foram premiados com estrelas Michelin, elevando para seis o número total de estabelecimentos com esse reconhecimento em Budapeste.

A Hungria recebeu sua primeira estrela Michelin apenas nove anos atrás, o que representa uma mudança notável.

Sem dúvida, um número recorde de turistas e uma economia em crescimento desempenharam um papel importante nesse movimento.

Considerando o passado difícil da Hungria, é compreensível que a gastronomia não tenha sido uma prioridade para a população, que enfrentou anos de austeridade no regime comunista.

"A Hungria sempre foi um país bastante pobre", explica o crítico gastronômico húngaro Andras Jokuti. "Portanto, o objetivo principal da gastronomia húngara era sobreviver. Era essencial ter alimentos ricos em proteínas e carboidratos - a base da dieta era composta por batatas e carne".

Mudar essa percepção foi um processo longo e contínuo. No entanto, a situação está definitivamente mudando.

O chef português Miguel Rocha Vieira acredita que isso se deve, em parte, ao fato de que alimentos de qualidade se tornaram mais acessíveis no país na última década.

"Antes, tínhamos que comprar ingredientes de alta qualidade no exterior porque eles não estavam disponíveis aqui", disse ele à CNN. "A situação é completamente diferente agora".

Vieira é o chef do Costes, localizado na Rua Raday, e esteve à frente do restaurante quando ele se tornou o primeiro na Hungria a receber uma estrela Michelin, em 2010.

Ele prepara versões modernas de pratos clássicos húngaros, oferecendo menus fixos de quatro a sete pratos com uma seleção variada de vinhos.

Jokuti credita a Vieira por dar início à história da alta gastronomia na Hungria, ao combinar influências húngaras e portuguesas em seus pratos.

"Quando Miguel chegou em Budapeste, foi como o começo de uma nova era da gastronomia requintada no país", afirma.

Vieira admite que sabia pouco sobre a culinária húngara quando chegou ao país há muitos anos, e muitas vezes foi criticado.

"Minha culinária mudou muito", ele acrescenta. "Agora, posso dizer com orgulho que minha marca está na comida".

"Um dos maiores elogios que podemos receber aqui é quando alguém diz: 'Senti que esta refeição tinha personalidade'".

Embora Vieira tente incorporar as tradições húngaras em seus pratos, esse não é seu "objetivo final" e ele definitivamente não busca estrelas Michelin quando está na cozinha.

"Eu sempre digo aos meus colegas: 'Temos que cozinhar para nós mesmos'. Devemos fazer aquilo em que acreditamos", ele acrescenta. "Não se trata de ganhar prêmios. Isso é apenas a cereja do bolo. Mas não é por isso que trabalhamos 14, 15 ou 16 horas por dia".

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