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Revelando os segredos do primeiro Império do mundo
O Império Acadiano, que floresceu entre 2

O Império Acadiano, que floresceu entre 2.340 e 2.198 a.C., é um marco único na história da humanidade. Esta dinastia conquistou e governou uma vasta extensão de território, unindo diferentes povos e impondo-lhes seu modo de vida.
No auge de seu poder, o império estendia-se por grande parte do território atual do Iraque e partes da Síria, concentrando-se principalmente nas ricas planícies da Mesopotâmia central, banhadas pelos rios Tigre e Eufrates. Um dos aspectos inovadores dessa dinastia foi a adoração de Ishtar, a deusa semita da guerra, que se tornou a padroeira não apenas de uma cidade, mas de toda a dinastia.
O coração do império era a cidade de Agade, onde se localizava o impressionante templo de Eulmash, dedicado a Ishtar. Os acadianos eram pioneiros em diversas formas de arte e escrita, e sua influência econômica, inclusive o comércio com o distante Vale do Indo, trouxe para a capital produtos e animais exóticos, como elefantes, macacos e crocodilos. "Por todos os lados, havia sempre algo novo a se descobrir", afirma Benjamin Foster, um especialista em Assiriologia da Universidade de Yale.
Mesmo depois da queda do império, os governantes acadianos foram considerados modelos para as dinastias mesopotâmicas posteriores, como os assírios e babilônios. Suas relíquias eram admiradas, suas inscrições estudadas, e sua história era preservada ao longo de dois milênios. Porém, Agadeh caiu no esquecimento. Seu abandono quase completo ocorreu mesmo quando Nabonido, rei da Babilônia (555-539 a.C.), afirmou ter escavado as ruínas do Templo de Eulmash, restaurando seus fundamentos para evitar que fossem esquecidos.
Mesmo com os esforços de estudiosos para redescobrir a antiga cultura mesopotâmica no século XIX, Agadeh permanece perdida até hoje. Acredita-se que a capital tenha sido localizada nas margens do rio Tigre, entre as cidades de Bagdá e Samarra, mas, ao longo dos milênios, o curso do rio se alterou, levando consigo os restos de Agadeh.
Nele Ziegler, uma assirióloga do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica, afirma que localizar Agadeh é uma tarefa repleta de suposições. "Não possuímos muitas informações sobre sua localização precisa", diz ela. "Não há textos que nos digam, por exemplo, quanto tempo levava para ir de Sippar para Haggadeh." A estudiosa sugere que a cidade pode estar próxima à confluência dos rios Adhaim e Tigre, cerca de 80 quilômetros ao norte de Bagdá, baseando-se em um texto do século XVIII a.C. que descreve uma caravana viajando de Eshnunna para o reino de Mari, e que faz uma parada em Agadeh para beber cerveja e onde um músico chamado Khushutum é sequestrado. Considerando a localização conhecida das cidades de Eshnunna e Mari, os pesquisadores podem fazer uma estimativa aproximada de onde Agadeh poderia estar localizada. "Seria fascinante encontrá-la", conclui Ziegler. "A ascensão dos acadianos foi um momento de revolução cultural, e descobrir sua capital seria entender melhor esse cenário ideal."