Por que a Berlin Modern quer rejeitar o rótulo de assassino do clima

O projeto do Berlin Modern, novo Museu de Arte Moderna de Berlim, enfrentou críticas devido ao seu design antiecológico, sendo até chamado de "assassino do clima". No entanto, o projeto passou por significativas reformulações com o intuito de se tornar um exemplo de desenvolvimento sustentável.

A cerimônia de inauguração do Berlin Modern, que antes era conhecido como Museu do Século XX, ocorreu em 9 de fevereiro. Apesar de sua abertura estar prevista apenas para 2027, a construção já está em andamento - o museu, projetado pelo escritório de arquitetura suíço Herzog & de Meuron, é atualmente um grande buraco próximo à Nova Galeria Nacional.

O Berlin Modern tem chamado a atenção há algum tempo. Em 2022, devido aos eventos na Ucrânia e à iminente escassez de gás e petróleo, escândalo foi causado pelos altos consumos de energia do edifício. Stefan Simon, cientista e restaurador, chefe do laboratório de pesquisa Rathgen, em uma entrevista chegou a chamar o projeto de "o edifício menos ecológico de toda a história dos museus estatais".

No final de 2019, quando a primeira pedra do então Museu do Século XX foi lançada, Claudia Roth, do Partido Verde, tornou-se a primeira Ministra da Cultura da Alemanha. Além disso, Klaus Biesenbach, renomado crítico de arte e curador, foi nomeado diretor do museu - ele é o fundador da Bienal de Berlim e tinha anteriormente dirigido o Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles. Ambos declararam que a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade são prioridades para o novo museu.

Claudia Roth, que no ano passado elaborou novas diretrizes ambientais para que os museus alemães alcancem a neutralidade de carbono até 2045, afirmou que gostaria de ver o Berlin Modern como um modelo de desenvolvimento sustentável. Biesenbach concorda: "As mudanças climáticas são um problema urgente e crescente. Conseguimos repensar o edifício levando em consideração novos comentários e requisitos".