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C919 - A resposta da China ao A320: como é a bordo

Pequim — Como um viajante experiente, com mais de um milhão de milhas acumuladas, frequentemente utilizo a Air China para os voos entre Pequim e Xangai

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Pequim — Como um viajante experiente, com mais de um milhão de milhas acumuladas, frequentemente utilizo a Air China para os voos entre Pequim e Xangai. Diariamente, mais de 60 voos conectam essas duas cidades, e para esses trechos curtos, muitas vezes são utilizados aviões grandes, como o Boeing 747 ou o Airbus A350.

No meu último voo realizado na quinta-feira, a Air China optou por um modelo de fuselagem mais estreita, e não um qualquer, mas sim o pioneiro C919, fabricado pela Companhia de Aeronaves Comerciais da China (COMAC), localizada em Xangai. Este avião comercial, que representa as ambições do país na aviação, realizou seu primeiro voo comercial em maio de 2023, em parceria com a China Eastern Airlines.

Projetado para competir com os populares Boeing 737 e Airbus A320, o C919 já contabiliza mais de 1000 pedidos. No entanto, há quem questione sua confiabilidade e capacidade de competir em um mercado dominado por essas duas grandes empresas do setor de aviação.

Como entusiasta da aviação, esses debates só aumentaram meu interesse por essa nova aeronave e pela experiência única que ela oferece aos passageiros.

Ao embarcar no novo C919, imediatamente percebi uma familiaridade mesclada com um toque de novidade. A Air China escolheu uma configuração espaçosa — com 158 lugares (capacidade máxima de 192), incluindo oito assentos na classe executiva e 150 na econômica.

No cenário em que os assentos econômicos geralmente são sinônimo de aperto, reservei um lugar próximo à saída de emergência e fiquei agradavelmente surpreso com o espaço para as pernas. Eu conseguia esticar as pernas com facilidade, e o conforto parecia até superior ao de alguns assentos na primeira classe de outras companhias.

O sistema de climatização era ajustável, permitindo aos passageiros controlar o fluxo de ar. Além disso, cada assento na classe econômica tinha um suporte para acomodar dispositivos como smartphones e tablets, bem próximo à mesa de refeição.

Infelizmente, o C919 não ofereceu telas individuais ou Wi-Fi, o que deixou alguns passageiros um pouco entediados. Durante o voo, a comissária nos brindou com informações sobre o fato de estarmos voando no primeiro grande avião projetado na China.

A bordo, as refeições eram quentes e, mesmo na classe econômica, havia opções consistentes, como omeletes e iogurtes. O banheiro era relativamente espaçoso e bem cuidado, proporcionando um momento de relaxamento antes de continuarmos nossa jornada.

À medida que desembarcávamos em Xangai, percebi que o nível de ruído dos motores não era muito diferente do que já estamos acostumados em aeronaves da Boeing ou da Airbus. Alguns passageiros notaram a falta de espaço para bagagens de mão, mas, felizmente, todos conseguiram acomodar seus pertences sem maiores dificuldades.

No momento da chegada a Xangai, nosso pouso foi suave e sem grandes emoções, o que é bastante comum nas práticas chinesas. Observando as pessoas tirando fotos do C919, pensei que, apesar das controvérsias, esse avião pode se transformar em uma opção confiável para os passageiros futuramente.

Dessa forma, a acirrada concorrência na indústria da aviação na China pode muito bem representar o início promissor para o C919, desde que os passageiros continuem a desfrutar de experiências "maravilhosamente comuns" semelhantes às proporcionadas por aeronaves mais conhecidas.

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